Foto: Fundecitrus. Imagem de microscópio da bactéria Xylella fastidiosa
O anúncio do primeiro rascunho das três bilhões de bases de DNA (ácido desoxirribonucléico) que compõem o genoma humano, no dia 26 de junho de 2000 por Francis Collins e Craig Venter, aconteceu no mesmo ano em que cientistas brasileiros seqüenciaram a bactéria Xylella fastidiosa, que causava prejuízos milionários à cultura de cítricos. O esforço aconteceu com o auxílio de softwares avançados que contribuíram para a introdução da bioinformática no Brasil.
Dez anos depois, o país tem excelentes grupos de pesquisa trabalhando na fronteira do conhecimento na área da genética, mas eles ainda são “poucos e escassos”, na opinião de Sérgio Pena, professor de bioquímica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). “Uma década após o sequenciamento do genoma humano, ainda nos falta massa crítica. E só vamos consegui-la quando os pesquisadores brasileiros se concentrarem em pesquisas originais e de qualidade, especialmente no que se refere à ciência básica, sem necessidade de aplicações tecnológicas imediatas”, disse.
“A genômica está explodindo em todo o mundo”, garante Pena. Uma prova disso é anúncio recente de que a empresa CODE Genetics pretende sequenciar o genoma de toda a população da Islândia, num total de aproximadamente 400 mil pessoas. “Isso vai dar à empresa a liderança mundial em medicina genômica. Seus profissionais já contam com o banco de dados médico de todos esses indivíduos”, explica.
Para o Brasil acompanhar essa corrida pelo conhecimento científico na área, o docente acredita ser preciso escancarar as fronteiras do país para pesquisadores estrangeiros, enviar alunos brasileiros para treinamento no exterior e também melhorar a infra-estrutura dos laboratórios de pesquisa das universidades, com a aquisição de sequenciadores mais avançados. “Devemos devorar, digerir e metabolizar tudo de científico que o primeiro mundo tenha a nos oferecer”, afirma Pena.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário