LA PAZ (Reuters) - O "sacerdote" aimará que há quatro anos abençoou e entregou um bastão indígena ao presidente da Bolívia, Evo Morales, ganhando com isso reconhecimento internacional, foi flagrado com 240 quilos de cocaína, informou nesta quinta-feira a polícia.
A detenção do líder espiritual andino Valentín Mejillones, junto a seu filho e um casal de colombianos, aconteceu na terça-feira, disse o diretor da Força Especial da Luta Contra o Narcotráfico, coronel Félix Molina.
O vice-presidente Álvaro García declarou rapidamente que não haveria proteção oficial para Mejillones, que, segundo García, não foi escolhido por Morales para a cerimônia indígena de posse em janeiro de 2006, senão pela "estrutura organizacional interna do âmbito religioso andino".
O diretor antidrogas disse que a cocaína no estado líquido apreendida na casa do "sacerdote", na cidade de Alto, teria um valor de cerca de 240 mil dólares no mercado interno.
Em sua casa foi encontrada uma planta de purificação de cocaína "com tecnologia colombiana", mas Mejillones disse ter sido "enganado" pelos colombianos.
"Não tenho nada a ver, fiz um favor humano, eles me disseram que iam fazer pastilhas de erva e pomadas", afirmou o indígena, segundo a agência local de noticias Fides.
A autoridade antidrogas anunciou que Mejillones e seus supostos cúmplices serão apresentados a um juiz nesta semana para enfrentar as acusações de narcotráfico e de uma possível condenação de até 20 anos de prisão.
Os aimarás são o maior grupo indígena da Bolívia e principal suporte político do socialista Morales. Durante seu mandato, os atos oficiais mais importantes são frequentemente precedidos por cerimônias tradicionais indígenas. (Por Carlos A. Quiroga L.)
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