segunda-feira, 23 de maio de 2011

EXUMADO CORPO DE ALLENDE

Exumação vai esclarecer morte do ex-presidente do Chile




Os restos do ex-presidente chileno Salvador Allende foram exumados hoje pela manhã com o objetivo de eliminar as especulações sobre sua morte no sitiado Palácio de La Moneda no dia 11 de setembro de 1973.

O juiz do caso fixou o começo da exumação para as 08:00 (hora local) desta segunda-feira no Cemitério Geral de Santiago, diligência da que participarão uma dúzia de especialistas locais e estrangeiros.

Entre os peritos encontra-se o antropólogo das Nações Unidas Luis Fonderbrider, além de especialistas da Argentina, Colômbia, Espanha, Grã-Bretanha e Estados Unidos.

A exumação do corpo de Allende é considerada crucial para o esclarecimento da verdadeira causa de seu falecimento, considerada um magnicídio por organizações defensoras dos direitos humanos.

Aqui cometeu-se um magnicídio, no momento do terrorismo de Estado, no momento do golpe de Estado, (Allende) não tinha nenhuma saída e nenhuma segurança, assinalou Alicia Lira, presidenta do Agrupamento de Familiares de Executados Políticos.

Para o jurista chileno Eduardo Contreras é essencial que uma vez por todas se determine com rigor científico e certeza judicial se a morte do ex-presidente foi suicídio ou homicídio.

Esclareceu, porém, que quaisquer que seja a conclusão nada diminuirá a dignidade do ex-presidente em seus minutos finais; nem nada poderá anular a responsabilidade dos generais traidores que sitiaram e bombardearam o Palácio de La Moneda.

Na opinião do também advogado e deputado comunista Hugo Gutiérrez, o mais importante da indagatória judicial é poder trazer à luz os delitos associados à morte de Allende e sobretudo a colusão das forças armadas do Chile com o governo dos Estados Unidos.

O ex-candidato presidencial Jorge Arrate opinou também que o mais significativo é que não tenha impunidade com os que assassinaram ou tentaram assassinar o líder da Unidade Popular no Chile.

Assassinato ou tentativa clara de homicídio não devem ficar impunes, enfatizou Arrate.

A decisão da justiça chilena de investigar as circunstâncias da morte de Allende surgiu depois da apresentação no começo deste ano de uma lista de 726 querelas promovidas pelos grupos de direitos humanos, relacionadas com vítimas do regime militar de Augusto Pinochet (1973-1990).

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