ANTONIO
DE CASTRO ALVES
(1847-1871)
(1847-1871)
O CORAÇÃO
O coração é o colibri dourado
Das veigas puras do jardim do céo.
Um — tem o mel de granadilha agreste,
Bebe os perfumes, que a bonina deu.
O outro — voz em mais virentes balsas,
Pousa de um riso na rubente flôr.
Vive do mel — a que se chama — crenças,
Vive do aroma —que se diz — amor.
obra suprema de nosso Romantismo.
(Obs. Conservamos a
ortografia original, tal como aparece no cartão).
Este
exemplar faz parte de uma coleção de 16 “bilhetes postais” da coleção
particular de Antonio Miranda registrada no texto Poesia
em Cartão Postal Antigo.
|
De
ESPUMAS FLUCTUANTES
Poesias de Castro Alves
Ilustrações de Santa Rosa
[Rio de Janeiro]: Cem Bibliofilos do Brasil, 1944-1945.
205 p. Edição de 119 exemplares.
Os originais logo inutilizados.
O presente exemplar é a “boneca” da obra, encadernado.
ESPUMAS FLUCTUANTES
Poesias de Castro Alves
Ilustrações de Santa Rosa
[Rio de Janeiro]: Cem Bibliofilos do Brasil, 1944-1945.
205 p. Edição de 119 exemplares.
Os originais logo inutilizados.
O presente exemplar é a “boneca” da obra, encadernado.
O
“ADEUS” DE THEREZA
Como as plantas que arrasta a correnteza,
A walsa nos levou nos giros seus...
E amámos juntos... E depois na sala
“Adeus” eu disse-lhe a tremer co´a fala...
E ella, córando, murmurou-me: “adeus.”
Uma noite... entreabriu-se um reposteiro...
E da alcova sahia um cavaleiro
Inda beijando uma mulher sem veus...
Era eu... Era a pallida Thereza!
“Adeus” lhe disse conservando-a presa...
E ela entre beijos murmurou-me: “adeus.”
Passaram tempos... sec´los de delirio
Prazeres divinaes... gozos de Empyrio...
... Mas eu disse — “Voltarei! ... descança! ...
Ella, chorando mais que uma creança,
Ella em soluços murmurou-me: “adeus.”
Quando voltei... era o palacio em festa!...
E a vez d´Ella e de um homem lá na orchestra
Preenchiam de amor o azul dos céus,
Entrei!... Ella me olhou branca... surpresa!
Foi a ultima vez que eu vi Thereza!...
E ella arquejando murmurou-me: “adeus!”
S. Paulo, 28 de Agosto de 1868
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