Alunos que ocuparam reitoria foram indiciados por crimes de desobediência, dano ao patrimônio público e crime ambiental (Foto: Futura Press)
Os 70 estudantes presos terça-feira durante a operação de reintegração do prédio da reitoria da Universidade de São Paulo (USP), terão de pagar pelo menos R$ 1.050 de fiança. O valor pode aumentar conforme as condições econômicas de cada aluno. Todos foram presos em flagrante. Eles foram indiciados por crimes de desobediência, dano ao patrimônio público e crime ambiental. As prisões ocorreram pela manhã, quando policiais cumpriam a ordem judicial de reintegração.
Os alunos presos foram levados para a 91ª Delegacia de Polícia, na zona oeste da capital paulista. Os estudantes foram transportados em três ônibus da Polícia Militar (PM), nos quais permanecem detidos e saem em grupos para prestar depoimento.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), após retirar os estudantes, a polícia fez uma primeira vistoria no local. Havia pichações nas paredes, tinta e materiais de escritório jogados no chão, garrafas de bebidas, rojões e fios elétricos espalhados. No 1º andar do edifício, a Polícia Militar apreendeu sete garrafas de coquetel molotov. Logo na entrada, um dos motores elétricos que abrem o portão de acesso ao prédio da reitoria estava arremessado no chão, junto com várias cadeiras, papéis e material de escritório. A perícia será feita ainda hoje, para a avaliação completa de danos ao patrimônio.
Desde o dia 2, os estudantes estavam acampados no prédio principal da reitoria da USP. Dos 70 presos, 63 foram detidos dentro da reitoria – são 43 homens e 20 mulheres. Do grupo, sete alunos foram detidos por depredarem uma viatura da PM, na parte de fora do prédio da reitoria.
O diretor do sindicato dos trabalhadores da USP, Domênico Colacicco, disse que os estudantes estão presos sem água, não podem ir ao banheiro nem têm autorização para se comunicarem externamente. De acordo com eles, os aparelhos celulares dos alunos foram retirados. “Isso é um absurdo”, resumiu.
Em cerca de duas horas, a PM cumpriu a ordem judicial de reintegração de posse do prédio da universidade. Pela manhã, as chaves da reitoria foram entregues a um oficial de Justiça pelo comando da polícia. A operação começou por volta das 5h20 desta manhã envolvendo aproximadamente 400 policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar.
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