Para norte-coreanos,
mudança de líder não trouxe melhores condições de vida
Em suas viagens ao
centro de Pyongyang, capital da Coreia do Norte, onde faz suas compras
semanais, uma criadora de porcos de 52 anos de idade, que se identificou como
Sra. Kim, tenta ignorar a prosperidade que começou a transformar a cidade nos
últimos anos: os apartamentos recém-construídos, o número crescente de
Mercedes-Benz que transitam por avenidas antes vazias, as jovens mulheres bem
vestidas que falam em seus celulares recém-comprados. Ela nunca foi ao novo
parque de diversões onde as crianças da elite brincam durante o verão.
Nos dez meses desde que
Kim Jong-un tomou as rédeas de seu país desesperadamente pobre após a morte de
seu autocrático pai, a Coreia do Norte - ou pelo menos sua capital - adquiriu
mais características de uma sociedade em funcionamento, segundo diplomatas,
grupos de ajuda e acadêmicos que visitaram o local nos últimos meses.
Na verdade, os
norte-coreanos disseram que suas vidas se tornaram mais difíceis, apesar de
pronunciamentos feitos por Kim sobre aumentar os meios de subsistência das
pessoas tenham alimentado esperanças de que a nação poderia diminuir sua
obsessão economicamente fracassada por equipamentos militares e adotar reformas
de mercado iguais as que foram feitas na China.
"As pessoas
estavam esperançosas de que Kim Jong-un pudesse tornar nossa vida melhor, mas
até o momento elas não viram nada acontecer", disse um homem de 50 anos
que se identificou como sendo o Sr. Park.
Os poucos sortudos que
conseguem chegar até Dandong ficam surpresos com o que encontram lá: ruas
congestionadas de carros, chuveiros quentes e a capacidade de poder falar o que
pensam sem medo. Mas, principalmente, ficam surpresos com a abundância de
alimento barato.
Embora seus
compatriotas tenham dito que comeram muita carne e arroz, a Sra. Kim comeu
apenas maçãs durante seus primeiros cinco dias na cidade. Ela disse que não as
havia comido desde que era criança.
"Pensava que o
nosso país tinha uma boa qualidade de vida", disse ela, "mas estava
enganada." (Por Andrew Jacobs)
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