sábado, 8 de agosto de 2009

DIRA PAES PARTICIPA DE DESTACADOS FILMES BRASILEIROS

O grande público reconhece Dira Paes de imediato como a fogosa Norminha da
novela Caminho das Índias e lembra dela como a divertida Solineuza do seriado A Diarista.
Cinéfilos atentos, porém, identificam a atriz por sua presença em destacados e premiados filmes. É essa face da carreira de Dira, intensa e por vezes não tão glamourosa, que será lembrada neste domingo, com o prêmio especial que ela recebe na abertura da 37ª edição do Festival de Cinema de Gramado.

– Eu me sinto lisonjeada em receber esse prêmio no momento em que o cinema brasileiro vive uma fase muito prestigiada pelo público – diz Dira, por telefone, do Rio de Janeiro.
O sucesso de Norminha fez a personagem ganhar mais espaço no folhetim e impôs mais correria na rotina que se desdobra nos mimos ao filho, Inácio, de um ano e três meses.
– Já fiz outras personagens que me deixaram muito feliz mas não tiveram a repercussão que a Norminha tem, graças à força de uma novela das oito. O fato de o público estar dando um bom retorno faz eu me sentir recompensada.

A carreira cinematográfica da atriz nascida há 40 anos em Abaetetuba, interior do Pará, abarca de sucessos de bilheteria, como 2 Filhos de Francisco, a projetos radicalmente autorais, caso de Baixio das Bestas e A Festa da Menina Morta. São exemplos que ilustram sua versatilidade em registros que passam pela delicadeza
e força de uma típica mãe coragem, pelo humor escrachado e por atuações viscerais com entrega dramática à beira da catarse.

– Todo ator quer ser versátil, ter um papel que lhe faça ousar. O que me motiva nem é tanto o personagem, mas as pessoas envolvidas em cada projeto.
Dira nem pensava em fazer cinema, imaginava-se engenheira, quando estrelou o primeiro filme, em um papel de destaque no longa americano A Floresta das Esmeraldas, que John Boorman rodou na Amazônia em 1985.

– A equipe do filme foi à minha escola procurar meninas com traços indígenas e que falavam inglês. Fui escolhida, ganhei tratamento de estrela, com um trailer só para mim, e ali começou um grande sonho que me fez decidir ser atriz.

Apaixonada por cinema, Dira já se lançou como produtora em filmes como o recente documentário Esse Homem Vai Morrer (2008), de Emílio Gallo. E desde 2004 ela organiza, com o produtor Emanuel Freitas, o Festival de Belém do Cinema Brasileiro. Dira já participou de 28 filmes, com cenários de Norte a Sul do Brasil. No cinema gaúcho, ela marcou presença três vezes: em Anahy de las Misiones(1997), Noite de São João (2003), ambos de Sérgio Silva, e Meu Tio Matou um Cara (2004), de Jorge Furtado.

– O engraçado é que quando o Sérgio me chamou para um filme de época no Sul eu
não me via em nenhuma personagem. Tinha a ideia de que todos seria imigrantes europeus, loiros, de olhos azuis. Mas vi que eu podia ser uma típica gaúcha da fronteira – lembra a atriz.

– Adorei trabalhar no Rio Grande do Sul, de fazer um filme no estilo clássico do Sérgio, de sentir da energia criativa da Casa de Cinema (produtora de Meu Tio Matou um Cara).

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