quarta-feira, 14 de outubro de 2009

BAHREIN LUTA PARA PROTEGER TÚMULOS HISTÓRICOS

(Por Michael Slackman Do ‘New York Times’)


A questão que paira neste pequeno reino no Golfo Pérsico é esta: poderia Bahrein proteger a maior concentração de sepulturas da Idade do Bronze já encontrada e, ainda assim, corresponder às necessidades contemporâneas de seu povo? Poderiam eles preservar seu passado e, ao mesmo tempo, acomodar seu presente? “As pessoas estão exigindo moradias e desenvolvimento”, disse Al-Sayed Abdullah Ala’ali, membro do parlamento. “Elas querem tudo que é importante para suas vidas hoje”.


Túmulos históricos

Bahrein é uma coleção de 36 ilhas no Golfo Pérsico, embora a maioria de seus 730 mil residentes viva agrupada na capital, Manama. Meio século atrás, havia dezenas de milhares de túmulos que conectavam os cidadãos de Bahrein ao passado da ilha. As sepulturas se estendiam sob um sol escaldante, a maioria com a altura de um carro, cobertas de pequenas pedras cinza. O povo de Bahrein diz que havia mais de 300 mil, mas Karim Hendili, conselheiro da Unesco junto ao ministro da cultura, disse que o número estava mais próximo a 85 mil. Ele disse que há, no máximo, 6 mil restantes em 35 campos de enterros. Esse é um número sobre o qual todos parecem concordar. E esses locais restantes, segundo ele, “estão extremamente ameaçados”.

Construídos por habitantes da ilha de aproximadamente 2.500 a.C. a 500 d.C., eles oferecem um olhar ao que Hendili chama de “uma civilização perdida da Idade do Bronze”. Acredita-se que o Bahrein tenha sido a capital de Dilmun, situada ao longo de uma rota de comércio ligando o Vale do Indo e a Mesopotâmia.

A maioria dos túmulos contém uma câmara mortuária no formato de uma bota ao seu lado. O corpo era colocado em posição fetal enquanto os itens pessoais, potes de cerâmica, selos pessoais e facas eram armazenados aos pés. O valor da sepultura não está necessariamente no que contém, mas no que eles contam sobre as vidas, valores e práticas funerárias de uma civilização antiga. “Há um ditado por aqui: ‘Você não pode dar prioridade aos mortos. Você precisa dar moradia aos vivos’”, disse Hendili, que chama as sepulturas de “ajuntamento funeral de Dilmun e Tylus”. (Tradução: Pedro Kuyumjian)

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