Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, assumiu
para si toda a responsabilidade de arquitetar e executar o esquema de
financiamento ilegal do PT e de outros partidos aliados com a ajuda de Marcos
Valério. Delúbio disse que nem a direção do PT, nem o ministro José Dirceu
conheciam a origem dos recursos obtidos com Marcos Valério. Ele alega que estes
recursos seriam pagos e que serviram para o pagamento de despesas "não
contabilizadas" das campanhas eleitorais de 2002 e 2004 do PT e dos
partidos aliados. A versão foi endossada por Valério. Afastou-se do cargo após
as denúncias.
Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os irmãos do Prefeito Celso Daniel dizem
que Carvalho transportava malas de dinheiro do esquema de corrupção montado na
Prefeitura de Santo André para o então presidente do PT José Dirceu.
João Magno (PT-MG), Disse que recebeu
dinheiro das contas de Marcos Valério, seguindo a orientação do tesoureiro
Delúbio Soares.
João Paulo Cunha (PT-SP), deputado federal,
ex-presidente da Câmara. Dois assessores do deputado mais a sua esposa
visitaram o Banco Rural no Brasília Shopping. O deputado disse à CPI dos
Correios que sua mulher foi ao banco pagar uma prestação de TV a cabo. A
diretora financeira da SMPB (empresa de Marcos Valério), Simone Vasconcelos,
disse para a Polícia Federal que João Paulo Cunha recebeu R$ 200 mil de ajuda
do empresário. Em seguida, documentos enviados pelo Banco Rural mostraram que a
esposa de Paulo Cunha sacou R$ 50 mil. Marcos Valério retificou a lista de
Simone Vasconcelos e disse que Paulo Cunha recebeu só R$ 50 mil. Porém, Valério
não explicou onde foram parar os outros R$ 150 mil.
José Adalberto Vieira da Silva (PT-CE),
preso pela Polícia Federal com US$ 100.000,00 na cueca, assessor do deputado
José Nobre Guimarães.
José Dirceu, acusado por Jefferson de ser o
"mandante" e o "cérebro do maior sistema de corrupção da
história da República", nega categoricamente as acusações, afirmando
desconhecer totalmente o esquema de empréstimos e pagamento a deputados.
Demitiu-se do cargo de Ministro Chefe da Casa Civil, reocupando seu mandato de
Deputado Federal e passando a dedicar-se totalmente à sua defesa no processo de
cassação por quebra de decoro parlamentar contra ele aberto na Comissão de
Ética da Câmara dos Deputados. José Dirceu teve seu cargo cassado pela Câmara
dos Deputados na noite do dia 30 de novembro de 2005 para a madrugada do dia 1º
de dezembro de 2005. Os votos a favor da cassação foram 293.
José Genoíno, ex-presidente do PT.
Denunciado por utilizar Marcos Valério como fiador de empréstimos ao PT junto
aos bancos do Brasil, Banco Rural e BMG. Também paira sobre ele a suspeita dos
doláres apreendidos na cueca do assessor de seu irmão, o deputado José
Guimarães. Renunciou à presidência do PT após o escândalo.
José Mentor (PT-SP), teve atuação polêmica
como relator da CPI do Banestado, quando fez sumir, inexplicavelmente, as
menções ao Banco Rural no relatório final da CPI. Seu escritório de advocacia
recebeu R$ 60 mil de uma conta no Rural de uma empresa de Marcos Valério.
José Nobre Guimarães (PT-CE), irmão de José
Genoíno, teve seu assessor flagrado com US$ 100.000,00 na cueca, além de R$
200.000,00 na mala. O deputado Guimarães também é acusado do recebimento de R$
250.000,00 das contas de Marcos Valério. [
Josias Gomes (PT - BA), suspeito de
retirar, pessoalmente, a quantia de R$ 100 mil das contas de Marcos Valério.
Juscelino Dourado, chefe de gabinete do
ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Pediu demissão em setembro de 2005 em
meio a denúncias de que teria participado ao lado de Rogério Buratti e Vladimir
Poleto de operações de tráfico de influência no Ministério da Fazenda.
Luiz Gushiken, ex-dirigente da SECOM
(Secretária de Comunicação, até então com status de ministério), que indicava
dirigentes para os fundos de pensão. Acusado de favorecimento de uma corretora
de seus ex-sócios ligada a fundos de pensão. Os bancos BMG e Rural são
suspeitos de lucrar indevidamente com os fundos.
Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP) segundo
Duda Mendonça em declaração a Veja Lula supostamente teria conhecimento do
escândalo de caixa dois do PT, e não denunciou. Lula alegou durante muito tempo
ser completamente ignorante sobre o esquema, tendo sido apenas em meados do fim
do segundo mantato que admitiu estar ciente desde 2005[20].
Marcelo Sereno, ex-secretário de
Comunicações do PT. Demitiu-se após o escândalo.
Paulo Rocha (PT-PA), deputado federal,
ex-líder do PT na Câmara. Sua assessora foi ao Banco Rural onde fez saques das
contas de Marcos Valério no valor de R$ 920 mil. Renunciou à liderança do
partido e mais tarde ao cargo de deputado para fugir à cassação. Professor Luizinho (PT-SP), deputado
federal, ex-líder do governo na Câmara, teve um assessor que recebeu R$ 20 mil
de Marcos Valério
Raimundo Ferreira Silva Júnior,
vice-presidente do PT no Distrito Federal. Trabalhava no gabinete do deputado
Paulo Delgado (PT-MG). Também sacou dinheiro das contas de Marcos Valério.
Ralf Barquete, assessor de Antonio Palocci
na prefeitura de Ribeirão Preto, morreu de câncer em 8 de Junho de 2004.
Rogério Buratti disse que em 2002 Barquete consultou-o sobre como fazer para
trazer dólares do exterior.
Rogério Buratti, trabalhou como secretário
na prefeitura de Ribeirão Preto, durante a administração do prefeito Antonio
Palocci (atual ministro da Fazenda). Foi também assessor do deputado José
Dirceu na década de 1980. Foi preso em agosto acusado de lavagem de dinheiro.
Em busca do benefício da delação premiada, Buratti começou a fazer várias
acusações contra o ministro da Fazenda.
Sérgio Gomes da Silva, mais conhecido como
o "Sombra". Trabalhou na administração do prefeito Celso Daniel,
assassinado em 2002. Segundo o Ministério Público ele é o principal suspeito de
ser o mandante do crime.
Silvio Pereira, ex-secretário Geral do PT.
Ao lado de Delúbio Soares e Marcelo Sereno, foi responsável pelo saque de R$
4.932.467,12 das contas das empresas de Marcos Valério. Durante as
investigações, foi acusado de corrupção por ter recebido de presente de uma
empresa privada uma Land Rover, em troca de vantagens para na estatal
Petrobrás.
Vladimir Poleto, economista e ex-assessor
na Prefeitura de Ribeirão Preto do Ministro da Fazenda Antonio Palocci. Ao lado
de Rogério Buratti, é acusado de fazer tráfico de influência. Em 31 de julho de
2002, ajudou a transportar caixas lacradas de bebida de Brasília até São Paulo.
Segundo Buratti, dentro das caixas havia dólares doados por Cuba para a
campanha de Lula.
Wilmar Lacerda, presidente do PT no
Distrito Federal. Disse para a Polícia Federal que recebeu R$ 380.000,00 da
empresa SMPB, do publicitário Marcos Valério. Justificou-se dizendo que apenas
seguiu a orientação do tesoureiro do partido Delúbio Soares.
Waldomiro Diniz, assessor do ministro da
Casa Civil José Dirceu. Waldomiro foi acusado de extorquir empresários do Jogo
do Bicho e de Casas de Bingo para arrecadar fundos para campanhas políticas do
PT.
Da base aliada
Entenda-se por
"base aliada" os partidos que davam sustentação política ao PT, antes
do início do escândalo: PTB, PP, PL e PMDB.
Roberto Jefferson (PTB-RJ), que deu origem
ao escândalo quando denunciou a prática do Mensalão. Acusado de operar um
esquema de arrecadação de "contribuições eleitorais" de fornecedores
de estatais como os Correios, o IRB e Furnas. Também é acusado de crime
eleitoral, quando recebeu R$ 4 milhões diretamente das mãos de Marcos Valério
(enviado de José Dirceu) para o PTB, numa operação não declarada à Justiça
Eleitoral.
José Carlos Martinez (PTB-PR), (1948-2003).
Acusado de ter recebido R$ 1.000.000,00
Romeu Queiroz (PTB-MG). Acusado de ter
recebido R$ 350.000,00
José Janene (PP-PR), (1955-2010). Citado
por Jefferson desde o início, era acusado de distribuir o Mensalão para a
bancada do PP. Seu envolvimento foi comprovado pelo depoimento de seu assessor
João Cláudio Genu à Polícia Federal, que confessou fazer os saques e entregar o
dinheiro à tesouraria do PP.
Pedro Corrêa (PP-PE) - presidente do PP,
também foi denunciado por Jefferson e incriminado por Genu.
Pedro Henry (PP-MT) - Ex-líder da Câmara,
também foi implicado pelo depoimento de Genu.
José Borba (PMDB-PR) - Ex-líder do PMDB na
Câmara. É acusado pela diretora financeira da SMPB de ter recebido R$ 2,1
milhões, mas de ter se recusado a assinar o comprovante de saque (obrigando-a a
ir até a agência do banco para liberar o pagamento).
Valdemar Costa Neto (PL-SP)- acusado de ser
o distribuidor do Mensalão para a bancada do PL. Seu ex-tesoureiro, Jacinto
Lamas, é acusado de ser o maior beneficiário dos saques das contas de Marcos
Valério no Banco Rural, recebendo R$ 10.837.500,00. Para evitar o processo de
cassação, o deputado renunciou às pressas, antes que fosse aberto inquérito
contra ele.
Bispo Rodrigues (PL-RJ) - coordenava a
bancada da Igreja Universal do Reino de Deus na Câmara. Teria recebido R$ 150
mil. Foi defenestrado pela sua igreja.
Anderson Adauto (PL-MG) - o ex-ministro dos
transportes, atualmente filiado ao PMDB e prefeito reeleito de Uberaba em 2008.
Apesar dos processos contra ele foi reeleito em primeiro turno demonstrando a
indiferença do brasileiro á corrupção, recebeu, por intermédio de seu chefe de
gabinete, o valor de R$ 1.000.000,00 de Marcos Valério.
Outros
Marcos Valério, empresário, sem partido.
Sendo o "operador do Mensalão", está sendo acusado de diversos crimes
de ordem política, financeira, criminal, eleitoral e fiscal. Além de seu
envolvimento atual com o PT e o "mensalão", revelou que manteve um
esquema semelhante em 1998 envolvendo o PSDB: naquele ano, através de
empréstimos bancários avalizados pelos contratos de publicidade que mantinha
com o governo mineiro, financiou as campanhas de diversos candidatos tucanos,
entre os quais o senador Eduardo Azeredo, candidato ao governo de Minas Gerais,
e que tinha, como candidato a vice-governador, Clésio Andrade, então sócio de
Valério na SMP&B.
Eduardo Azeredo (PSDB-MG). Não é acusado de
envolvimento direto com o Mensalão, mas é acusado de recebimento de recursos de
Marcos Valério para compor o "caixa 2" de sua campanha eleitoral ao
Governo de Minas em 1998.
Roberto Brant (PFL-MG). Deputado mineiro do
PFL, foi um dos que receberam recursos das empresas de Valério. Chamou a
atenção o fato do deputado Brant, de um partido de oposição ao governo, ser
identificado como um dos que receberam dinheiro de Valério. Brant argumentou
que o dinheiro que recebeu teria sido contribuição de campanha da empresa
Usiminas, a qual não havia sido declarada como um de seus doadores oficiais.
Valério desmentiu o deputado e a Usiminas não se manifestou.
Duda Mendonça, publicitário responsável
pela campanha eleitoral de Lula. Sua sócia, Zilmar da Silveira, aparece como
beneficiário de Marcos Valério, tendo recebido dela R$ 15.500.000,00.
Fernanda Karina Somaggio, secretária de
Marcos Valério, resolveu testemunhar contra o seu ex-chefe. Confirmou o
envolvimento de Valério com Delúbio Soares e com diversos deputados acusados
posteriormente de envolvimento com o esquema de corrupção. Denunciou também que
os pagamentos eram feitos em malas de dinheiro. Sua agenda que marca os
encontros entre Marcos Valério e outras personagens envolvidas no escândalo
(Delúbio Soares, José Mentor, entre outros) foi apreendida pela Polícia
Federal.
Renilda Soares, esposa de Valério. Não
acrescentou muito às investigações, mas denunciou que José Dirceu tinha pleno
conhecimento do esquema de corrupção de Valério, e que tudo era feito com a sua
anuência.
Toninho da Barcelona ou Antônio Oliveira
Claramunt. Um dos principais doleiros brasileiros, preso e condenado por
realizar operações financeiras ilegais. Ouvido informalmente por alguns
parlamentares da CPMI dos Correios, ele alegou que fez várias operações de
câmbio para o Partido dos Trabalhadores (PT) e outros partidos. Segundo o
doleiro, o PT mantinha uma conta clandestina no exterior no Trade Link Bank,
offshore vinculada ao Banco Rural; o caixa do partido vivia cheio de dólares;
em 2002, durante a eleição para presidente, o doleiro fazia operações quase
diárias de troca de dólares, com valores entre 30 mil e 50 mil dólares, no
gabinete do então vereador Devanir Ribeiro; e a corretora Bônus-Banval, de São
Paulo era usada para lavagem de dinheiro e outras operações escusas.
Daniel Dantas, empresário, dono do grupo
financeiro Opportunity. Teria praticado tráfico de influência, com a ajuda de
Marcos Valério, para que seu grupo fosse favorecido na disputa pelo controle da
Brasil Telecom, travada contra o fundo de pensão Previ e o Citibank. Dantas foi
condenado em primeira instância pela justiça dos Estados Unidos por práticas
que ferem os interesses de acionistas minoritários. Correm contra ele também
processos por ter efetuado escutas ilegais em políticos ligados ao então candidato
a presidente Luis Inácio Lula da Silva, contratadas junto à empresa Kroll.
Paulo Okamoto, Presidente do Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE),e com comprovadas
ligações com o PC do B. Acusado de enviar R$ 29.436,00 de um empréstimo feito
com ajuda do tesoureiro do PT, para o PC do B na carta que Delúbio Soares
enviou a CPI do mensalão em 30 de agosto de 2005.(ver no Bloger da jornalista
Elane Moura.
Vavá, Genival Inácio da Silva, irmão do
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo denúncias publicadas pela
imprensa brasileira, aproveitou o parentesco com Lula para fazer tráfico de
influência em diversos órgãos.
Carlos Massa, o Ratinho, apresentador do
"Programa do Ratinho" do SBT na noite. Seu nome foi citado em um
suposto pagamento de 5 milhões de reais para falar bem do PT em 2004, segundo a
revista Veja dia 4 de março, datada do dia 8. Ratinho nega a acusação e chegou
a ameaçar em processar a revista.
Em Portugal
Antonio Mexia - ex-Ministro das Obras
Públicas, Transportes e Comunicações de Portugal. Disse numa entrevista para o
jornal Expresso, publicada em 16 de julho de 2005, que recebeu o empresário
brasileiro Marcos Valério em Janeiro de 2005 como "consultor do Presidente
do Brasil", a pedido de Miguel Horta e Costa, Presidente da Portugal
Telecom. Em 4 de agosto, após ter tido uma conversa com o embaixador brasileiro
em Portugal, Mexia diz que recebeu Valério apenas como um empresário brasileiro
e que ele não se apresentara como representante do governo brasileiro.
Miguel Horta e Costa - Presidente da
Portugal Telecom. Admite que Marcos Valério já foi recebido pela Portugal
Telecom para tratar de negócios envolvendo a empresa Telemig Celular. Ele nega
a existência de qualquer negócio escuso com o empresário brasileiro. A Portugal
Telecom nega ter havido um encontro com Marcos Valério e Emerson Palmieri nos
dias 24, 25 e 26 de janeiro de 2005, em Lisboa. A empresa "assegura que
nunca participou de qualquer encontro com o objectivo de discutir ou negociar
operações que envolvessem o financiamento de partidos políticos
brasileiros."
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