O livro com fundo falso apreendido na igreja O livro
com fundo falso apreendido na igreja Foto: Fabiano Rocha / Extra
Dez
pessoas foram presas na Operação Pandora II, deflagrada na manhã desta
quinta-feira, para prender 13 integrantes de uma milícia que age em cinco
bairros da Zona Oeste do Rio. O bando é acusado de uma série de crimes como
agiotagem, extorsões, ameaças, comércio ilegal de combustíveis, além da
exploração de transporte alternativo, de máquinas caça-níqueis e cobrança
irregular de “taxa de segurança”. Participam da ação agentes da Delegacia de
Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco/IE) e o
Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério
Público (MP).
Um
dos alvos da operação é o pastor Dijanio Aires Diniz que, segundo as
investigações, é chefe do bando. Chamado de Pastor pelos cúmplices, ele,
segundo o MP, usava as dependências da Igreja Pentecostal Deus é a Luz, em
Campo Grande, como escritório do crime, fazendo empréstimos e cobranças no
local. A taxa de juros cobrada pelo dinheiro emprestado chegava a 30% ao mês.
Um livro de Direito Tributário com fundo falso foi encontrado no templo.
Dijanio estregou-se na Draco.
Outra
peça-chave na quadrilha é o ex-policial militar Carlos Henrique Garcia Ramos.
Ele é conhecido pela truculência e foi preso em flagrante, em maio deste ano,
quando extorquia R$ 120 mil de uma das vítimas. Luciano Alves da Silva, o
Cobra, e Célio Alves Palma Junior ajudaram o ex-PM nessa cobrança. Henrique
agia junto com Pastor.
A
violência usada pelo ex-PM e pelo religioso consta num trecho da denúncia feita
pelo Gaeco. Em junho do ano passado, Pastor ameaçou violentamente um homem que
pegou R$ 50 mil emprestados. A vítima foi ao templo informar que atrasaria o
pagamento apenas daquele mês, porque passava por dificuldades financeiras.
Flagrado numa escuta telefônica, o religioso respondeu:
-
Agora que você sabe de quem é o dinheiro, dá seu jeito. Henrique não perdoa.
No
organograma da quadrilha, que agia em Campo Grande, Cosmos, Inhoaíba, Paciênca
e Santíssimo, o ex-policial militar José Luis Cordeiro Cavalcante da Silva, o
Bolt, também integrava o núcleo de agiotagem. Ele era sendo subordinado a
Pastor e vendia armas. Numa escuta, é possível constatar que Bolt tinha medo de
Pastor. O ex-PM disse que não havia conseguido receber uma dívida e revelou ter
medo de ser morto pelo religioso.
De
acordo com a denúncia, Elber Meireles Pessanha, o Elbinho, era responsável por
adulterar combustível e deppis vendê-lo. Para isso, usava suas empresas -
E.Mereiles Pessanha e Deneza Agroindustrial Ltda, ambas em Campos, no Norte
Fluminense - como fachada. Já Cléber Oliveira da Silva era o braço direito de
Elber e responsável pela compra de lacres e cabos de aço utilizados no esquema
de venda de combustível adulterado e também da confecção das notas fiscais
falsas. Ele contava com a ajuda do primo Leandro José de Freitas da Silva, o
Bomba, que também negociava armas e munição para o bando.
Os
outros denunciados são André Marcelo Botti de Andrade, o Botti; Aline Barbosa
da Silva; Antonio Claudino Ribeiro Blanco; Rhuan Claudius Martins Blanco; e
José Ribamar Gomes Passos.
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