Passa de cem o número de homicídios ocorridos durante a greve dos policiais militares em Salvador e região metropolitana iniciada há oito dias, segundo informações confirmadas nesta terça-feira (7) pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA). Segundo a Secretaria, entretanto, não há informação precisa sobre o número total de homicídios registrados nas últimas 24 horas porque o sistema do site oficial, onde são inseridas as ocorrências, está fora do ar desde a manhã de segunda-feira (6). Por conta disso, detalhes como local e horário do crime, além do sexo das vítimas, também não podem ser acessados.
Até a manhã de segunda-feira, sétimo dia de paralisação, os dados do governo apontavam 93 casos de mortes no período. Durante os seis dias primeiros de greve, o número de homicídios em Salvador e região metropolitana, aumentou 129% em comparação ao mesmo período da semana anterior.
De acordo com a Central de Telecomunicações das Polícias Civil e Militar (Centel), setor que centraliza as ocorrências repassadas por diversas unidades de polícias, o último caso foi registrado às 4h49 de segunda-feira (6), referente a um homicídio ocorrido em Camaçari. A Centel informa que está sendo realizado um levantamento manual esta manhã, porém não há previsão de término.
Proposta do governo
O governador da Bahia, Jaques Wagner, afirmou na manhã desta terça, em entrevista ao Bom Dia Brasil, que as negociações para o fim da greve dos policiais militares no estado avançam desde a tarde de segunda-feira, quando tropas do Exército e da Força Nacional cercaram a Assembleia Legislativa, em Salvador, onde os grevistas estão abrigados.
Wagner afirmou também estar disposto a conceder o pagamento da Gratificação de Atividade Policial (GAP) de nível 4, a principal exigência do movimento, mas diz não ter recursos para que o pagamento seja feito imediatamente.
A proposta levantada por ele é de que o valor da gratificação seja pago de forma diluída ao longo dos três próximos anos. Atualmente, os policiais recebem a gratificação de nível 3 e o salário do soldado varia entre R$ 1.900 e R$ 2.300.
“Nós, ao longo de cinco anos, concedemos 30% de aumento real. E eu tenho limite na folha. As negociações são em torno desse valor, da chamada GAP 4 e eventualmente até da GAP 5, mas evidentemente isso terá que ser partilhado ao longo de 2013, 2014 e até 2015. Se for para pagar alguma coisa imediatamente agora, não há menor espaço, porque eu não tenho espaço fiscal para fazê-lo, afirmou o governador.
Negociações
Segundo ele, as negociações para o fim da paralisação começaram às 16h30 de segunda e se estenderam até as 2h desta terça-feira. As conversas para o fim do movimento devem ser retomadas nesta manhã, a partir das 10h.
Eu posso lhe garantir que uma negociação que começou às quatro e meia da tarde e se estendeu até as duas e meia da manhã, é um ótimo sinal. Quando as coisas não andam, as negociações se interrompem rapidamente, disse. A extensão da reunião é um sinal de que estamos no caminho de encontrar uma saída negociada”, acrescentou.
Anistia
O governador descartou conceder anistia aos grevistas que realizaram o que chamou de “atos criminosos”, mas minimizou os atritos com o que chamou de “profissionais da segurança pública”, procurando convocar os PMs a garantir a segurança da população durante o Carnaval. Anistia se concede em um regime de exceção e de guerra, e estamos em uma democracia. Conceder anistia seria um salvo-conduto (para atos criminosos)., afirmou.
O meu chamamento é aos profissionais da segurança pública, que não deixem a população a descoberto. A nossa missão é a missão de garantir a segurança pública e nós devemos fazê-lo mesmo em momentos em que a gente está pedindo maior salários. Eu insisto que o Carnaval está chegando, nosso interesse é que rapidamente se bata o martelo na mesa de negociação e eu tenho convicção de que isso vai acontecer, acrescentou Wagner.
Ocupação da Assembleia
De acordo com o tenente-coronel Cunha, chefe de Comunicação do Exército, a madrugada foi tranquila na Assembleia Legislativa, ocupada pelo movimento grevista. Segundo ele, não houve confrontos. Nesta manhã, o que se viu também foi um ambiente sem muitas movimentações, apenas troca de turno dos policiais que estão no local. Estamos aqui para criar condições favoráveis ao fim da greve, disse.
A segurança em torno da Assembleia Legislativa conta com 150 homens do Exército, 220 policiais militares que não aderiram à greve e 20 homens da Força Nacional. Na manhã desta terça-feira, diversas viaturas de grupos especializados da PM chegaram ao local para dar reforço às equipes. Não há informações oficiais, segundo o Exército, sobre o número de policiais militares grevistas que mantêm a ocupação no órgão público.
Tensão
Por volta das 20h de segunda-feira, os grevistas reagiram à ampliação dos cordões de isolamento que têm sido mantidos pelos militares das Forças Armadas. Enquanto a maioria dos soldados manifestantes se concentrava na rampa de acesso à Casa, um deles ameaçou, a bordo de um carro, invadir o primeiro e maior cordão, construído na tentativa de afastá-los de qualquer contato externo.
O condutor do carro se aproximou dos policiais do Exército, ligou o farol alto e depois recuou. Mais policiais montam um segundo cordão, menor, dentro do primeiro. No mesmo momento, centenas de homens da Companhia de Polícia de Ações em Caatinga e dezenas ônibus do Exército passaram pela área da Assembleia.
A Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) fechou os acessos ao Centro Administrativo da Bahia (CAB), tanto da Avenida Paralela quanto pelo bairro Cabula, desde a manhã de segunda. Segundo o órgão, eles não podem mais receber alimentos e bebidas. No espaço em que acampam, podem ser visto estoques de mantimentos, principalmente de água.
Conflito
Desde o início de segunda-feira, cerca de 600 homens do Exército, além de 40 agentes do Comando de Operações Táticas (COT) isolam a área na tentativa de garantir a livre circulação e o funcionamento do Centro Administrativo da Bahia (CAB). O isolamento da área também visa facilitar o cumprimento pela Polícia Federal de 11 mandados de prisão contra integrantes do movimento grevista.
Mais cedo, a presença dos manifestantes no local gerou conflito com os homens que fazem o policiamento na região. Tiros de borracha chegaram a ser disparados contra o grupo, que avançou na direção dos soldados. Os manifestantes passaram a se posicionar em frente ao jardim da Assembleia e a cantar em protesto contra o policiamento.
Fonte: www.g1.com.br
Até a manhã de segunda-feira, sétimo dia de paralisação, os dados do governo apontavam 93 casos de mortes no período. Durante os seis dias primeiros de greve, o número de homicídios em Salvador e região metropolitana, aumentou 129% em comparação ao mesmo período da semana anterior.
De acordo com a Central de Telecomunicações das Polícias Civil e Militar (Centel), setor que centraliza as ocorrências repassadas por diversas unidades de polícias, o último caso foi registrado às 4h49 de segunda-feira (6), referente a um homicídio ocorrido em Camaçari. A Centel informa que está sendo realizado um levantamento manual esta manhã, porém não há previsão de término.
Proposta do governo
O governador da Bahia, Jaques Wagner, afirmou na manhã desta terça, em entrevista ao Bom Dia Brasil, que as negociações para o fim da greve dos policiais militares no estado avançam desde a tarde de segunda-feira, quando tropas do Exército e da Força Nacional cercaram a Assembleia Legislativa, em Salvador, onde os grevistas estão abrigados.
Wagner afirmou também estar disposto a conceder o pagamento da Gratificação de Atividade Policial (GAP) de nível 4, a principal exigência do movimento, mas diz não ter recursos para que o pagamento seja feito imediatamente.
A proposta levantada por ele é de que o valor da gratificação seja pago de forma diluída ao longo dos três próximos anos. Atualmente, os policiais recebem a gratificação de nível 3 e o salário do soldado varia entre R$ 1.900 e R$ 2.300.
“Nós, ao longo de cinco anos, concedemos 30% de aumento real. E eu tenho limite na folha. As negociações são em torno desse valor, da chamada GAP 4 e eventualmente até da GAP 5, mas evidentemente isso terá que ser partilhado ao longo de 2013, 2014 e até 2015. Se for para pagar alguma coisa imediatamente agora, não há menor espaço, porque eu não tenho espaço fiscal para fazê-lo, afirmou o governador.
Negociações
Segundo ele, as negociações para o fim da paralisação começaram às 16h30 de segunda e se estenderam até as 2h desta terça-feira. As conversas para o fim do movimento devem ser retomadas nesta manhã, a partir das 10h.
Eu posso lhe garantir que uma negociação que começou às quatro e meia da tarde e se estendeu até as duas e meia da manhã, é um ótimo sinal. Quando as coisas não andam, as negociações se interrompem rapidamente, disse. A extensão da reunião é um sinal de que estamos no caminho de encontrar uma saída negociada”, acrescentou.
Anistia
O governador descartou conceder anistia aos grevistas que realizaram o que chamou de “atos criminosos”, mas minimizou os atritos com o que chamou de “profissionais da segurança pública”, procurando convocar os PMs a garantir a segurança da população durante o Carnaval. Anistia se concede em um regime de exceção e de guerra, e estamos em uma democracia. Conceder anistia seria um salvo-conduto (para atos criminosos)., afirmou.
O meu chamamento é aos profissionais da segurança pública, que não deixem a população a descoberto. A nossa missão é a missão de garantir a segurança pública e nós devemos fazê-lo mesmo em momentos em que a gente está pedindo maior salários. Eu insisto que o Carnaval está chegando, nosso interesse é que rapidamente se bata o martelo na mesa de negociação e eu tenho convicção de que isso vai acontecer, acrescentou Wagner.
Ocupação da Assembleia
De acordo com o tenente-coronel Cunha, chefe de Comunicação do Exército, a madrugada foi tranquila na Assembleia Legislativa, ocupada pelo movimento grevista. Segundo ele, não houve confrontos. Nesta manhã, o que se viu também foi um ambiente sem muitas movimentações, apenas troca de turno dos policiais que estão no local. Estamos aqui para criar condições favoráveis ao fim da greve, disse.
A segurança em torno da Assembleia Legislativa conta com 150 homens do Exército, 220 policiais militares que não aderiram à greve e 20 homens da Força Nacional. Na manhã desta terça-feira, diversas viaturas de grupos especializados da PM chegaram ao local para dar reforço às equipes. Não há informações oficiais, segundo o Exército, sobre o número de policiais militares grevistas que mantêm a ocupação no órgão público.
Tensão
Por volta das 20h de segunda-feira, os grevistas reagiram à ampliação dos cordões de isolamento que têm sido mantidos pelos militares das Forças Armadas. Enquanto a maioria dos soldados manifestantes se concentrava na rampa de acesso à Casa, um deles ameaçou, a bordo de um carro, invadir o primeiro e maior cordão, construído na tentativa de afastá-los de qualquer contato externo.
O condutor do carro se aproximou dos policiais do Exército, ligou o farol alto e depois recuou. Mais policiais montam um segundo cordão, menor, dentro do primeiro. No mesmo momento, centenas de homens da Companhia de Polícia de Ações em Caatinga e dezenas ônibus do Exército passaram pela área da Assembleia.
A Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) fechou os acessos ao Centro Administrativo da Bahia (CAB), tanto da Avenida Paralela quanto pelo bairro Cabula, desde a manhã de segunda. Segundo o órgão, eles não podem mais receber alimentos e bebidas. No espaço em que acampam, podem ser visto estoques de mantimentos, principalmente de água.
Conflito
Desde o início de segunda-feira, cerca de 600 homens do Exército, além de 40 agentes do Comando de Operações Táticas (COT) isolam a área na tentativa de garantir a livre circulação e o funcionamento do Centro Administrativo da Bahia (CAB). O isolamento da área também visa facilitar o cumprimento pela Polícia Federal de 11 mandados de prisão contra integrantes do movimento grevista.
Mais cedo, a presença dos manifestantes no local gerou conflito com os homens que fazem o policiamento na região. Tiros de borracha chegaram a ser disparados contra o grupo, que avançou na direção dos soldados. Os manifestantes passaram a se posicionar em frente ao jardim da Assembleia e a cantar em protesto contra o policiamento.
Fonte: www.g1.com.br
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