A acusação pediu prisão perpétua para a americana Amanda Knox
A americana Amanda Knox, 24, saiu nesta segunda-feira da prisão italiana de Capanne depois de uma corte de apelações em Perugia, Itália, ter revogado a acusação de assassinato que pesava contra ela pela morte da britânica Meredith Kersher, em 2007. Além de Amanda, o juiz ordenou que também fosse libertado seu ex-namorado italiano Raffaele Sollecito, 27, que também estava havia quase quatro anos preso pela mesma acusação.
De acordo com Rocco Girlanda, escritor e autor americano que ficou amigo de Amanda, o passaporte da americana está atualizado e ela deve partir em direção a Seattle, no Estado americano de Washington, na manhã de terça-feira.
Amanda chorou compulsivamente depois de o veredicto ser lido pelo juiz após 11 horas de deliberações. O júri, que era formado por dois juízes e seis pessoas comuns, anulou a condenação por assassinato, mas manteve a pena por difamação por Amanda ter acusado Diya "Patrick" Lumumba, proprietário de um bar, de cometer o assassinato. Como ela estava presa desde 6 de novembro de 2007, a sentença de três anos dada pelo juiz por esse crime já foi cumprida pela americana.
A família de Amanda se abraçou e celebrou dentro da corte judicial depois da leitura da decisão. Do lado de fora da corte, alguns dos centenas de presentes no local gritaram: "Vergonha! Vergonha!"
Em 2009, Amanda e Sollecito foram considerados culpados pelo assassinato e violência sexual de Meredith em 1º novembro de 2007, quando a britânica tinha 21 anos. Segundo a promotoria, Meredith morreu durante um jogo sexual brutal que deu errado.
Previamente ao resultado da apelação, a americana, que cumpria 26 anos de prisão pelo crime, teve a última chance de defender-se nesta segunda-feira em uma declaração pessoal e emocionada, na qual negou ter participado do assassinato e afirmou a uma sala judicial lotada que estava "pagando com sua vida".
"Eu não fiz as coisas que dizem que fiz. Não matei, estuprei ou roubei. Não estava lá", disse no tribunal. "Estou pagando com minha vida por coisas que não fiz. Insisto, após quatro anos de desespero, em nossa inocência", afirmou a americana.
Seu ex-namorado Sollecito, que havia sido sentenciado a 25 anos, disse em seu depoimento que estava em um "pesadelo", afirmando que as acusações contra ele são "totalmente falsas". "Sou um ninguém, mas agora querem que o ninguém passe o resto da vida na prisão", disse. O casal afirma que na noite do crime estavam juntos na casa dele.
A corte de apelação acatou o argumento da defesa, que considerou inválida a principal prova contra Amanda e Sollecito, uma mostra de DNA encontrada em uma faca de cozinha na cena do crime. O material não foi colhido segundo as recomendações internacionais, sendo manipulado com uma sacola plástica, e não com o papel adequado.
Já a acusação pedia que as sentenças fossem estendidas para prisão perpétua por haver "provas consideráveis de que o casal esteve na cena do crime". O caso ganhou grande atenção da mídia na Europa e nos Estados Unidos. (BBC)
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