A confirmação da pena de 6 anos de prisão, além da proibição de filmar por 20 anos, divulgada sexta-feira (14/10) pela família do cineasta iraniano Jafar Pahani cria um dilema para quem gostaria de manifestar repúdio à sentença. O que fazer? Mais um abaixo-assinado? Por desgastado que esteja essa forma de manifestação, continua a ser maneira válida de protestar. Mas não haverá algo além disso que possa ser feito para reagir à violência em pleno Festival do Rio?
Por que o Festival não promove a exibição imediata de um filme de Jafar Panahi e se organiza, na ocasião, um ato público em defesa do cineasta?
Jafar Pahani está pagando preço descomunal por demonstrar que o cinema, desacreditado como meio de ação política, ainda preserva sua capacidade de influir junto ao poder em sociedades como a iraniana. À defesa da liberdade de expressão, soma-se o mérito dessa reafirmação de vitalidade.
Nascido em 1960, Jafar Pahani foi condenado em janeiro deste ano por trabalhar contra o regime, depois de ter sido preso em março de 2010 por ter planos de fazer um filme sobre os protestos que se seguiram às controvertidas eleições presidenciais de 2009.
Está lançado o desafio ao Festival do Rio e a todos os festivais brasileiros que se realizarem a partir de agora. Pela liberdade de Jafar Pahani, exibam pelo menos um de seus filmes e façam atos de protesto. E solicitem a intervenção do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, em defesa de Jafar Pahani, junto ao governo do Irã.
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