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REPÓRTER É REPRESENTADA
Repórter
sensacionalista não respeita direitos constitucionais. Faz escárnio de um preso
algemado
Por haver indícios de violação de direitos constitucionais de um
preso, a coordenação do Núcleo Criminal do Ministério Público Federal na Bahia
(MPF/BA) representou à Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC), do
próprio MPF/BA, a fim de que adote as medidas cabíveis contra a repórter
Mirella Cunha, do programa Brasil Urgente, exibido pela filiada baiana da
emissora Band.
Há alguns meses, a emissora veiculou a entrevista feita pela
jornalista a um homem que se encontrava preso e algemado em uma delegacia de
polícia, à disposição do Estado, sob a suspeita de crime patrimonial e estupro.
O procurador da República Vladimir Aras, que é coordenador do
Núcleo Criminal do MPF/BA, também encaminhou a representação à
Procuradoria-Geral de Justiça do Estado da Bahia; à 2ª Câmara de Coordenação e
Revisão da Procuradoria Geral da República (PGR), em Brasília, e à Procuradoria
Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), também da PGR, a fim de que adotem
providencias pertinentes no âmbito da atribuição de cada uma.
Para o procurador, na entrevista há, em tese, indícios de abuso de
autoridade, de ofensa a direitos da personalidade, bem como de descumprimento
da Súmula Vinculante (SV) 11 do Supremo Tribunal Federal (STF), que limita uso
de algemas a casos excepcionais.
O procurador também solicitou que a Secretaria de Segurança
Pública da Bahia (SSP/BA) informe se há, no âmbito da secretaria, algum
regulamento infralegal quanto à proibição de exposição de presos a programas
como o Brasil Urgente, dentro das delegacias de Polícia de Salvador/BA, e que
remeta ao MPF cópia do auto de prisão em flagrante do homem entrevistado.
A representação foi encaminhada, ainda, à Defensoria Pública da
União, para ciência, e eventual exercício de suas atribuições na tutela
individual do hipossuficiente, no caso o entrevistado, e à produção do Brasil
Urgente para que preserve a fita bruta (sem edição) do programa e a encaminhe
ao MPF em cinco dias. (Politicos Sul da Bahia)
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