Para Maurício Trindade, com veto, governo descumpriu acordo.
O relator da medida provisória que corrige a tabela do imposto de renda (528/11), deputado Maurício Trindade (PR-BA), criticou o veto da presidente Dilma Rousseff ao dispositivo que permitiria a dedução, da base de cálculo do IR, do valor das despesas com plano de saúde pago a empregado doméstico. “Foi um erro muito grande da parte deles”, declara.
De acordo com Trindade, a decisão contraria acordo do governo com sua base no Congresso. “O Executivo descumpriu um acordo que havia feito com a liderança do governo”, afirma.
O parlamentar acrescenta que, dos cerca de sete milhões de empregados domésticos do País, apenas 1,5 milhão estão regulamentados. “Esse projeto ajudaria muito na regulamentação, com a assinatura da carteira de trabalho de mais pelo menos três milhões de pessoas”, lamenta.
Formalização
O deputado Efraim Filho (DEM-PB) também acredita que o veto foi um equívoco. Segundo ele, a regra atual já permite deduzir do imposto de renda valores pagos a empregados domésticos. Assim, o objetivo da mudança seria formalizar a relação entre patrões e empregados. "A partir do momento em que se permitissem essas deduções, o patrão se sentiria incentivado a partir para a formalização, o que só traria benefícios para o empregado”, argumenta.
Para Efraim, faltou sensibilidade à presidente Dilma Rousseff, ao privilegiar a receita fiscal do imposto de renda em detrimento do benefício social que a medida provocaria. “O empregado fica mais protegido a partir do momento em que tem sua carteira assinada, com benefícios da assistência social, auxílio doença etc”, afirma.
Efraim Filho diz ainda que a proposta de dedução, pelos empregadores, de valores relativos a plano de saúde privado pago a empregado doméstico deverá ser retomada em projeto de lei.
Veto
Na justificativa do veto, a presidente Dilma alegou que as deduções no imposto de renda se aplicam apenas ao contribuinte e seus dependentes. Ao permitir a nova dedução, portanto, a lei criaria um benefício fiscal. A presidente declarou também que entidades representativas dos empregados domésticos questionam o efetivo benefício da proposta para esses profissionais. ('Agência Câmara de Notícias')
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